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A Política e a Juventude
A juventude deve ser encarada com seriedade
quando se pensa um país, um estado ou mesmo um município. Daí a importância de
uma visão de experiência, que vislumbre as influências sociais, econômicas e
ambientais na formação da sociedade em longo prazo. Em contrapartida, existe
uma polêmica formada entorno do jovem que se mostra incapaz, muitas vezes, de
encarar os desafios políticos e responsabilidades que lhe são imputadas pela
sociedade e por isso é visto como um ser imaturo para enfrentar tais desafios
no trabalho, na sociedade e também na política.
Desta forma devemos compreender o que é a
política e como ela influencia nossas vidas e a juventude. Política denomina
arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados. Nos regimes democráticos, a política é a atividade dos cidadãos que se ocupam dos assuntos públicos com
seu voto ou com sua militância. Portanto, podemos
definir a política como a ciência do governo dos Estados.
Assim, a juventude pode e deve engajar-se na
política de forma a participar da mudança dos quadros sociais e econômicos em
longo prazo, contribuindo de forma ativa e beneficiando o modo de vida da
população de seu entorno e buscando os princípios fundamentais das relações
humanas na condução quais sejam a ética, a moral e bons costumes e o zelo com o
bem público.
Para entender a juventude é preciso conhecer as
transformações que esse momento significa na vida de cada jovem, menino ou
menina, os sonhos, os desafios, as dificuldades e sobretudo as expectativas. Para
que se tenha ideia da situação atual da juventude no Brasil, torna-se
importante conhecer algumas informações:
ü de cada 2
desempregados no país, 1 é jovem. E mesmo entre os jovens que trabalham, só 35%
tem carteira assinada, a grande maioria está na informalidade;
ü os jovens são os que
mais matam e, ao mesmo tempo, os que mais morrem em acidentes de trânsito;
ü os homicídios já são a
principal causa de morte dos jovens - a cada duas mortes de jovens entre 15 e
24 anos, uma foi por homicídio;
ü os jovens entre 18 e
24 anos representam 2/3 da população carcerária no país;
ü estima-se que cerca de
9 milhões de jovens, entre 15 e 29 anos vivam na indigência, com renda per
capita de até US$ 30 dólares mensais;
ü 22% das jovens entre
15 e 19 anos, já são mães, a grande maioria delas, solteiras;
ü mais de 1 milhão de
jovens não estudam nem trabalham, vivendo integralmente o chamado "ócio
juvenil";
ü ainda há 1 milhão de
jovens analfabetos - metade deles mora em áreas rurais;- a necessidade de
trabalhar para complementar a renda da família ainda é o maior motivo para os
jovens abandonarem a escola;- de cada 15 jovens brasileiros, apenas 5 conseguem
chegar ao ensino médio e só 1 ao ensino superior;
ü Em relação ao aspecto
cultural e de lazer, 87% dos jovens nunca foram ao teatro ou a museus; - 60%
nunca frequentaram cinemas ou bibliotecas; - 59% não vão a estádios nem a
ginásios esportivos.
Diante desse quadro alarmante, é que os
movimentos organizados de juventude, ao lado de entidades representativas e
instituições acadêmicas, têm reivindicado a inclusão das políticas públicas de
juventude na pauta da agenda governamental nos planos nacional, estaduais e
municipais.
O Governo Federal reconhecendo a importância de
um espaço para a elaboração e execução de políticas para a juventude, criou a
Secretaria Nacional de Juventude e o Conselho Nacional de Juventude, que
coordenam e/ou acompanham projetos bem-sucedidos como o Pró-Jovem, ProUni,
Agente Jovem, Primeiro Emprego, Escola de Fábrica, Juventude e Meio Ambiente,
Pornaf Jovem, Nossa Primeira Terra.
Esse esforço governamental aponta uma nova
direção e um novo desafio para a juventude, que é a organização e a
participação política dos jovens. Não basta ficar esperando que a sociedade
preocupe-se, da noite para o dia, com os anseios e demandas juvenis. É
importante que os próprios jovens comecem, desde a escola, a interessar-se pela
política e atuem diretamente, cobrando responsabilidades de governantes,
propondo ações e participando de fóruns, conselhos e eleições.
Se analisarmos a história do País, veremos que
praticamente todas as importantes mudanças e conquistas da nação brasileira,
contaram com a participação ativa da juventude. A primeira manifestação
estudantil ocorreu, por exemplo, em meados do séc. XVII, ainda na época do
Brasil Colônia, quando algumas centenas de estudantes, armados de punhais e
poucas armas de fogo, impediram a invasão francesa à cidade do Rio de Janeiro.
Depois disso, houve uma grande e importante participação jovem na Inconfidência
Mineira.
Um pouco mais tarde, movimentos assinados por
jovens recém-chegados da Europa, influenciaram positivamente na abolição da
escravatura e na Proclamação da República. Na década de 60, entidades
estudantis e juvenis estiveram à frente da campanha "Petróleo é
Nosso" e contra a ditadura militar interrompeu nossa democracia, nossos
direitos civis, e também a vida de lideranças políticas jovens, como Edson
Luís, Honestino Guimarães e Alexandre Vanucchi, que foram mortos nos porões da
ditadura.
Recentemente saímos às ruas à busca do direito ao
voto para Presidente da República, na campanha das Diretas-Já. Em 1992,
voltamos às ruas e pintamos os rostos pelo "impeachment" de Collor no movimento dos
"Caras-Pintadas" que foram fundamentais para o resgate da soberania e
da democracia do nosso povo.
Atualmente, a juventude é a faixa etária com maior
número de brasileiros e precisa estar presente em todas as instâncias de
necessidades da vida do povo para enfrentar os desafios sociais existentes e
ter condições de criar bases para o desenvolvimento do país. Por isso, é
fundamental que os jovens se organizem, participem diretamente da política e
pratiquem a democracia participativa.
"Eduardo Flávio Zardo".
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